Ultimamente muitos colegas estão entrando no blog mediante as seguintes palavras-chave: Como preparar uma boa
aula de espanhol?
Não existe uma resposta certa para essa pergunta mas, de certa forma, em cada artigo deste blog há dicas para o desenvolvimento
de uma boa aula segundo meu ponto de vista, especialmente no artigo do Plano de aula. Como não havia nenhum artigo que falasse diretamente do assunto, decidi deixar algumas dicas para elaborar uma "boa aula" de espanhol, meus segredinhos são os seguintes:
Selecionar
um material que serva de guia, isso é, um livro didático. Você pode ter
uma apostila própria, ou seguir o livro da escola. O importante é ter a
coluna vertebral do curso, o resto são enfeites para fazer da aula um
encontro agradável e para completar aquilo que não está no livro.
Hoje
em dia as coisas são mais fáceis, o livro didático está dividido em
unidades e em cada uma já estão estabelecidos os objetivos linguísticos,
gramaticais, culturais, etc. Metade do caminho andado. Seguindo os objetivos do livro você já sabe aquilo que seu aluno deve dominar ao terminar a unidade.
Como se fosse pouco, os materiais até vêm com o guia do professor que explica
passo a passo como trabalhar os conteúdos.
Resulta
que às vezes os livros não são tão bons e você precisa enfeitá-los com
atividades extras. - Posso levar
qualquer atividade? É claro que não. Se você está trabalhando as
partes do corpo, tem que levar jogos, músicas, textos, etc. relacionados
ao tema e ao objetivo da aula. Para isso você precisa conhecer sites que
possam auxiliá-lo, recomendo o artigo dos Recursos para as aulas de espanhol, porém, resulta que às vezes não encontramos aquilo que
precisamos e a resposta é simples: você terá que criar a atividade.
No
inicio de minha carreira eu seguia rigidamente o planejamento, depois de unidade um
ia a unidade dois, e nem sempre é assim, depois de cada unidade, você
deve fazer uma avaliação de seus alunos para ver se realmente atingiram os
objetivos. – Uma prova? Claro
que não, durante as aulas você deve observar se eles tiveram ou não
dificuldades em desenvolver as atividades. Caso positivo, você precisa
criar exercícios para eliminar essas lacunas, não adianta seguir em
frente, você precisa parar e trabalhar as dificuldades. A má notícia é que
as atividades para esses alunos são personalizadas e você terá que
criá-las sem perder de vista o problema dos alunos, o objetivo é eliminar
esse problema.
Depois
de cinco anos de experiência e de ter trabalhado em quase toda escola de
idioma, mesmo que não goste nem um pouco, tenho que reconhecer que a
metodologia mais eficaz é a da Wizard. – Qual o segredo? Li em algum lugar que somente memorizamos algo se
o repetimos no mínimo cinco vezes.
Exatamente, repetir é a clave do êxito,
mas como eu já disse não gosto dessa metodologia e descobri que posso
fazer que meu aluno repita várias vezes uma atividade sem ser a mesma. Um
exemplo, eu quero que ele memorize um modismo, em uma atividade ele vai
relacionar o modismo com o significado, em outra lhe dou o modismo como um
quebra-cabeça para ele montar, em outra levo uma situação para ele
completar com o modismo, em outra faço um bingo, em outra coloco música e
quem ficar fora da cadeira deve criar uma situação na que possa ser usado,
em fim, exploro todas as possibilidades em que possa repetir o vocabulário. Lembro,
nunca mais de dez palavras, dez modismos, dez verbos, etc., e sempre os mesmos, eles não vão
decorar mais do que isso.
Grether, com isso minha aula já está
pronta? – Claro que não. Sua aula estará pronta quando você conseguir ter
tudo organizado. Você nunca teve professores que entravam em sala de aula
e perguntavam: – Por onde ficamos?
Espero que você nunca faça isso, é o maior erro de um professor, a imagem
que passa é de ser desorganizado, de não preparar as aulas, de chegar a
dar a primeira coisa que encontrou na internet.
– Puxa Grether, como faço para no esquecer as coisas? Fácil, eu
não esqueço nada porque anoto tudo. Se o aluno quer algum material ou eu
prometo alguma coisa para a próxima aula, no final do horário anoto tudo
na agenda. Quando chego a casa, coloco na planilha de cada grupo a
presença, a ausência, a unidade, as atividades extras, tudo, tudo. Eu sempre
preparo a aula, por que não colocar já na planilha o que vai ser dado? O problema é que às vezes
não conseguimos fazer tudo o planejado ou fazemos mais do previsto quando temos que sacar da
manga a atividade extra, é assim mesmo, trabalhamos com seres humanos. Por
isso, na planilha vai aquilo que foi feito na aula; assim, quando vou
preparar a próxima sei exatamente em que parte eu fiquei e se tenho alguma
coisa que levar. Deixo um exemplo da planilha no final das dicas que devem abrir em tamanho original fazendo click nela para poder ler.
– Maravilha, agora sim minha aula será
muito boa. A verdade é que não. Essa é a parte que você pode e deve
planejar, há uma parte que determinará se você é bom ou não, a hora da
verdade é quando os alunos perguntam alguma coisa. Você não pode saber
tudo, não é dicionário, pode falar que não conhece uma gíria de outro país,
um prato ou algum fato cultural, são muitos países, mas você não pode
falhar em perguntas gramaticais ou de ortografia. É sua responsabilidade
saber e somente conseguirá isso estudando e estudando muito. Sempre se
aprende alguma coisa nova.
Acredito que essas dicas, ser pontual, cumprir sempre o prometido, ser gentil e ter certa dose de humor
são meus segredinhos para fazer da minha aula uma boa opção. Lembre, somos
atores e cada aula é uma peça diferente.
Boas aulas!